As flores das nossas vidas...

Nunca é demais repetir a velha imagem de que as crianças são as flores da vida e como flores se ajustam maravilhosamente ao colorido e alegria de qualquer primavera.

Admiremos, encantados, as belas flores criadas com esmero e carinho nas ricas estufas humanas. A elas nada falta: esplendor, exuberância, viço e vigor. São dádivas da felicidade da espécie.

Descansemos o nosso olhar sobre essa profusão interminável de florzinhas de todos os tamanhos, feitios e matizes, que proliferam nos recantos das cidades e dos campos. Analisemos a angústia das que vegetam, prisioneiras em casa, a tragédia silenciosa das que desbotam e se estiolam na poeira das ruas, das que fenecem sem trato e ao abandono.

Por fim, não nos esqueçamos de que nesse jardim da vida, há flores ocultas, pequeninos seres que os nossos olhos não veem, mas o nosso sentimento conhece. São aquelas que ornam a solidão da orfandade, que esperam nas creches um pouco do nosso afeto e carinho. São aquelas que sofrem, pacientemente, na solidão dos hospitais, e que de todas as flores humanas, são as donas do nosso coração.

João Vieira


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