O egoísta

Primeiro eu, depois eu, sempre eu, é a divisa do egoísta.

Ele, no seu todo, olhando de soslaio para tudo, na sua ambição ilimitada e predominante, do seu íntimo cego aos preconceitos filantrópicos, dos que formam o progresso de cada indivíduo, segue o seu caminhar, indiferente, somente visando o seu eu.

O egoísta desconhece todos os preconceitos. O eu acima de tudo é irmão gémeo do avarento, assim como o avarento é irmão do usurário. Tudo ele ambiciona em si, sendo o verdadeiro inimigo do progresso e da sociedade, tendo somente os olhos fitos no mundo de ouro do seu bem-estar.

E ele, o egoísta, no recesso da sua ambição íntima, alheio a tudo que se divide, que se favorece, que se auxilia, segue a sua doutrina, a sua fé, a sua divisa: primeiro eu, depois eu, sempre eu…

João Vieira




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