Consonância e Fantasias
Sob o coxim que o ébano estrelou
C'o a magia que Deus empresta à noite
Nas horas que Morfeu me consagrou
Solta-se o espírito, nada há que o acoite
E nos silêncios do sono profundo
Invado-me de imagens, de destinos
Sem sobressaltos, que ness'outro mundo
Tudo são extases, enlevos divinos
Cegam-se em mim os males desta vida
Nem sei de mágoas ou d'agastamentos
Nos auspícios da noite assim dormida
E há consonância nos meus movimentos
No acordar dessa doce investida
Pla fantasia dos meus pensamentos
Bogotá, Colômbia,
Janeiro de 2011
Fantasias
Odir Milanês da Cunha
De fantasia era pra ser o mundo,
Com matizes totais nele dispersos,
Escorrendo do córrego profundo
De onde, caudalosos, fluem versos.
O sol seria um sólio vagabundo
levando a lua a campos abstersos:
O mar, sendo das nuvens oriundo,
Traria à tona deuses submersos.
Os vendavais seriam como a brisa,
Os dias passariam mais pausados
E das noites seriam sem divisa.
Não haveria amores mal amados.
Talvez indícios de paixões, à guisa
Dos poetas pra sempre apaixonados!
JPessoa, 08.02.2011
oklima
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