Doce libertação






Doce libertação
Eugénio de Sá


Secaram-se-me os olhos, meu amor,
Já não sufragam mais a tua imagem
Deixaram de brilhar em teu louvor
Toldados pelas brumas da miragem.

Pendem-me agora os braços, meu amor,
Que outrora se te abriram pr'o perdão
Buscam hoje outras fontes de calor
Usam do gesto noutra direcção.

E a saudade deixou-me, meu amor,
Não me maltrata mais, não me castiga
C'o a injustiça que o abandono instiga.

Já me voltou o riso, meu amor,
C'o a ternura que outro ser me trouxe
Alguém cujo carinho é bem mais doce.


 Edição de: 
Eugénio de Sá 

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