Murmúrios da noite




Murmúrios na noite
Eugénio de Sá
  
Entre o mundo real e o dos sonhos
Quando na noite o Ser se entorpece
Murmúrios surgem com subtis contornos
São os falares da alma que amanhece.

Entrepostos que nunca se revelam
Às claridades do nosso consciente
E no torpor se escondem e acastelam
Zelosos guardas do Cerne da gente.

Somos então um mar entre dois mundos;
Um, jamais resolvido, por profundo
Outro, sujeito ao fado das marés.

Um mar às vezes calmo, outras revolto
Bonança, ou temporal ao vento solto
Reféns dos rumos de antigas galés.




Sintra, Portugal
02.Janeiro.2018
  



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