Quando crescer...

Ouvia sempre essa pergunta quando era criança… Sempre foi difícil respondê-la e era engraçado imaginar 20 anos mais velho, sendo que o dia seguinte sempre foi uma incógnita. Curioso pensar que hoje, volto meus olhos para trás e visualizo que, não importa as minhas expectativas, o futuro é sempre uma surpresa. Pode nem ser a curto prazo, mas a longo prazo, com certeza. É engraçado, também, como não notamos nem quando o corpo e a mente tomam formas de adulto. Quando nos damos conta, pluff, já era.

Somos adultos e querendo voltar a sermos crianças! Afinal, quem nunca parou e se questionou o porquê de, na infância e adolescência, a vontade explosiva de querer crescer, de pular as fases, de chegar aos 30?… Época boa. Não havia contas, problemas, a vida era mais fácil… Aos 10 anos, nunca, nunca mesmo, imaginei que fosse chegar aonde estou agora… trabalhando com amor, com amigos de longa e curta data, com família unida, com sobrinhas apaixonantes, com contas, dívidas, carro, casa e mais um monte de coisas.

Eu queria, no máximo, fazer 18 para tirar a carta de condução. Aos 20, estudando jornalismo, eu queria mesmo era chegar aos 30 com ideais intactos, com ingenuidade, amor, carinho e sinceridade para dar. Não imaginei que, aos 30, estaria pensando em tirar férias porque precisava descansar, ou que teria de controlar o meu tempo para fazer tudo o que era possível, dormir, trabalhar, almoçar, ir a bancos, visitar família… não imaginava nem que teria telemóvel algum dia.

Imagine dois, três! E, mesmo assim, quando alguma coisa acontece, fico procurando o adulto mais próximo para amparar a criança que há dentro de mim. Porque nem importa quantos anos eu tenha vivido, mas a certeza de que quem eu sou nunca vai morrer. Essa criança aqui reside em mim. Sem projeções e expectativas. Que venha o amanhã, porque eu quero é viver. Um dia de cada vez, mas quero!

Nanne Bade, adapt.



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