A PEDRA AFASTADA

     



A PEDRA AFASTADA
Ariovaldo Cavarzan

Não mais a turba enfezada,
A populacha, a multidão,
A agressão tresloucada,
O clamor, a crucificação.

Ora a paz no sepulcro entreaberto,
A vibração de Amor, a ressurreição.

A morte, no vão da pedra enquistada,
Transmudou-se em vida iluminada
A gravitar em pulsantes lampejos,
Espancando a escuridão.

Alcandorada alma levita,
Por sobre o fundo grotão,
Rogando ao Pai compaixão,
Em perdão à humana desdita,
Por carência de amor no coração.

Sublimes mãos que se exalçam,
Sob nuvens de algodão,
Ascendendo ao firmamento,
Em mansuetude e perdão.

Num até sempre acenado,
Sem tristeza e sem adeus,
Regressa, enfim, o Filho Amado,
Aos amorosos braços de Deus.

Vida em martírio vivida,
Em tristeza, em solidão,
Amor ressumbrado e vertido,
Na cruz, em infinda paixão.

Suave brisa farfalha o etéreo manto,
Feito sopro de carinho,
Em madeixas de Irmão do caminho,
Fazendo secar todo o pranto.

Vida reviva em verdade,
Fraternal legado, doação,
Amor que excede a maldade,
Imortalidade sobrevinda à aflição,
Luz reacesa na escuridão.

Havia um corpo ali.

Pelo vão da pedra afastada,
Deixou-se evolar a Luz,
Em lição eternal recitada,
Pelo divino Mestre, Jesus.
Campinas, 21/03/2012 








  

Arte e Formatação Original  Angela Conde
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