QUE O POEMA SE ACABE
Que o poema se acabe!
( Eugénio de Sá )
Este poema é um canto indefinido
Expõe versos amargos, lamentoso
Prouvera o mote não fora malquerido
Neste Outonal quebranto, inamistoso.
Folhas caídas de um tronco que secou
Lágrimas de uma espera longa, infanda
Mas não se ressuscita o que acabou
Nada apaga a tristeza, nada a abranda.
Dor implacável que o tempo mitiga,
Dizem alguns profetas enganosos,
Mas se a sofremos, só a nós castiga.
Os piores momentos foram-se, chorosos
Outros ficaram, se a mágoa os instiga
A povoar-me os sonhos tormentosos.
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Imagem: Dead Leaves by Shirley Faktor
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