DUETO DE IRMÃOS



Imagem: Augusta Burigo

DUETO DE IRMÂOS


Ventos e Brisas

Eugénio de Sá


Foi um lamento do vento que passou
O que se ouviu gemer pla ramaria
Contando de um amor que então morria
Chorando nessa dor quem mais amou

Que sempre o vento leva e traz consigo
Os sentimentos da gente que o escuta
Sejam os brados de um povo que luta
Sejam ternas palavras de um amigo

E quando a tempestade nos assola
E o turbilhão d’Eolo é pavoroso
Mais ao abrigo a gente se consola

Mas se o dia é de paz e o tempo airoso
C’o a fresca brisa até um amor rola
Que o coração está morno e generoso!





 Devaneios Eólicos

Luiz Gilberto de Barros – Luiz Poeta

às 20 h e 6 min do Rio de Janeiro – Brasil,
( especialmente para a poesia do meu amado irmão lusitano Eugénio de Sá)


Na epiderme líquida do mar,
Eólicos sussurros cambaleiam...
Assim são as lembranças que passeiam
Nos líricos anseios de um olhar.

O eterno vai e vem de cada onda
É como especial reminiscência
Que varre o porto da inconsciência
No instante em que a razão... em vão... nos sonda.

Amar é como içar velas ao vento...
Deixá-las  ao sabor dos devaneios
E ter nesse mister, contentamento

Porque, enquanto o pensamento voa,
No barco de um anseio nevoento,
A alma... em sentimentos... se abençoa. 


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