Priscilla de Paula
"É lindo, mas tem pé feio. É magrinho,
mas o cabelo é meio ruinzinho.
Tem o cabelo e os olhos lindos,
mas é gordinha, tadinha!
Frases que a gente vive ouvindo por aí.
Ou falando, né?!
Tem gente que deve achar que é a
mesma coisa que dizer algo do tipo:
"Eu gosto do meu trabalho,
mas ele é longe de casa!"
Só que não! Quando a gente critica
ou fica apontando o dedo para as falhas
ou para as imperfeições do outro,
o efeito pode ser cruel.
Autoestima é um negócio sério,
que interfere em vários aspectos
da nossa vida. Pode causar traumas
e muita insegurança.
Quando é alta, ajuda na vida pessoal
e até na profissional, dizem os especialistas.
Li outro dia no salão a entrevista
de uma artista negra jovem que está
começando a fazer sucesso na música.
Desculpem, não me lembro do nome.
Mas me lembro da mensagem, super bacana.
Ela dizia que cresceu sendo a única negra da escola.
E contou que, quando entendeu,
ainda criança, que a cor da pele e o cabelo crespo
causavam estranheza, foi muito difícil!
Agora, quer ser referência para
meninas e meninos negros.
Pensei no tanto que a gente deseja
ser bem tratado, aprovado, amado.
No quanto a gente merece,
pelo menos, ser respeitado. Desde sempre.
Respeitar diferenças, imperfeições
ou falhas é fundamental.
É preciso aprender e ensinar.
Faz parte de SER humano.
Eu costumo dizer em casa:
"Se você não tem nada de bom pra dizer,
então, melhor não dizer nada!"
Tudo começa na infância,
o começo da vida. Por isso as críticas
até aquelas que parecem inofensivas,
podem ter um efeito pesado sobre nós.
A gente precisa pensar nisso,
para cuidar da autoestima das nossas crianças.
Pessoas que crescem bem consigo
mesmas são mais capazes de fazer o bem,
porque se sentem bem.
E isso é bom pra todo mundo.
Pense nisso...
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