A VELHA DO RIO
A VELHA DO RIO
Olivaldo Júnior Porque a vida é uma forma inconstante
Naquela curva do rio,
entre as dúvidas e as dádivas, uma velha, estranha, estranha e sábia, se assenta.
Não sabe quando vai chover,
nem quando o sol nem nunca vai brilhar, mas, velha, é honrada por todos.
Muitos vêm de longe,
muito longe, só para vê-la: novelo nas mãos, amor em seus olhos e um xale de lã, tão descuidado, nas costas...
Tem hora que, só de vê-la,
só de olhá-la assim, tão absorta em si mesma, se lembram nem sabem ao certo de quê, mas, talvez por isso, talvez por isso mesmo, sarem, se recuperem de ser e apenas, apenas por isso, aprendam a estar.
Mogi Guaçu - São Paulo
Formatação e Arte: Rita Rocha
Imagens do Google
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