TEMPO PERDIDO

Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos, um livro mais ou menos.

Tudo perda de tempo.

Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demónios sejam despertados e, com eles, sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo.

O que não lhe faz mover um músculo, o que não o faz estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.

Martha Medeiros, escritora brasileira


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