CHAMAMOS-LHES FORMATADORES/AS
Chamamos-lhes formatadores(as), mas, na realidade,
eles(as) são os “artistas visualizadores” que nos encantam.
Um Apontamento de Eugénio de Sá
A arte da visualização
É comum dizer-se que uma imagem vale por mil palavras. É verdade, e é também verdade que uma ou várias imagens combinadas, artisticamente entrusadas e montadas, podem valorizar, em muito, um texto ou um poema.
Adoptar uma ideia de outrem e imaginar a imagem, ou imagens, que lhes podem ser associadas por forma a enriquecê-la, é um exercício que, parecendo simples, só está ao alcance de alguns, e a lista ficará ainda bem mais reduzida se a condicionar-mos aqueles que o sabem fazer com êxito e até com brilhantismo, porque ‘saber pesquisar’ adequadamente também não é para todos.
Nos meus últimos anos de trabalho - embora as minhas funções fossem bastante mais abrangentes - tive a oportunidade de lidar com artistas criativos; visualizadores, maquetistas e ilustradores, gente verdadeiramente artista que nem se dava conta das suas reais capacidades e genialidade.
Assistia frequentemente, e ao vivo, ao trabalho desses criativos, que, numa agência de publicidade, se incluem naturalmente no departamento de criatividade. Por norma, eles exercem a sua actividade a partir do trabalho de outros, os chamados “copywriter”, ou seja: aqueles que criam o texto que serve uma ideia-base para uma campanha de publicidade, ou institucional.
Quantas vezes me esqueci das horas passadas nesse departamento, de tão maravilhado que estava à medida que ia vendo nascer (então) no papel as maravilhas que esses homens e mulheres eram capazes de produzir.
Tal como agora me acontece com os nossos admirados “formatadores/as”, que concentram em si todas essas especialidades, e ainda a de sonorizadores, e que todos os dias nos encantam com as suas criações aqui na Internet. À vista das suas obras, posso afirmar que estou perante o trabalho de verdadeiros artistas, que só não são anónimos porque todos nós lhes vamos conhecendo o exponencial talento.
Os/as poetas da imagem
Olhos que lêem, sente o coração
a intenção de outrem, criadora,
e a alma vibra em pura exaltação.
Estabelece-se uma orgia de sentidos
extasiam-se os neurónios induzidos
perante o visualizar da empatia.
E o talento surge, ensandecido,
projectando em imagens, resolvido,
em conivência c’o aquela poesia.
Afrouxa o corpo e o cerne se abranda,
é hora de moldar os resultados,
de respirar a glória da demanda.
E dessas brumas surgem as imagens
em fusões trabalhadas, ou a solo,
que assim é o final "dessas viagens.
Eugénio de Sá,
em homenagem aos formatares/as,
autênticos/as Poetas da Imagem,
e ilustres “pares” de pleno direito
dos Poetas a quem abrilhantam o trabalho.
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