MENDIGOS DE AFETO

Os mendigos de afeto estão pelas ruas e andam tão carentes do pão do amor que se entregam a paixões duvidosas, entregam o coração e a alma na mão de quem souber oferecer palavras doces, sejam mentiras, mas que sejam mentiras adocicadas.

Como quem tem sede no deserto, aceitam beber de qualquer água e veem coisas que só eles mesmos veem, verdadeiras miragens que enganam os olhos e o coração.

Os mendigos de afeto não conseguem enxergar além da emoção, e vão aceitando relacionamentos cada vez mais estranhos, aceitando migalhas do banquete, restos de amor que caem pelo chão; aceitam desculpas esfarrapadas, violência gratuita, humilhações, trapaças, enganos e desenganos, e sofrem, mas se confortam com o pouco, até que a dor se torna tão forte, que acordam, saem do relacionamento de esmola e se trancam.

Juram nunca mais entregarem-se ao amor, que pensam ter vivido, quando na verdade, nem o conheceram. Recolheram apenas as sobras de afeto que aceitaram pela "fome" de atenção.

Mesmo o mais miserável dos mendigos merece respeito e muitas pessoas não se andam respeitando, aceitando qualquer moeda, qualquer palavra falsa, desde que preencha o buraco enorme que alimentam na alma, autoestima, falta de crenças verdadeiras, de objetivos na vida.

Preencha-se primeiro, busque um encontro verdadeiro com o seu "eu", descubra o que realmente lhe faz feliz para que alguém possa se aproximar e ao invés de migalhas, possa oferecer-lhe um jantar com luz de velas e música, um banquete completo, com tudo o que você sempre sonhou, do tamanho exagerado da felicidade que você merece, apenas completando o que você já tem de sobra: amor! 

(Paulo Roberto Gaefke)

Comentários